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ARTIGO: PROPÓSITOS

Qual é o seu grande propósito de vida?

Esses dias caminhando pelo shopping, buscando os presentes que ainda faltam para o grande dia do Natal, encontrei com uma amiga de mais de 20 anos. Como não podia ser diferente, sentamos para tomar um café e relembrar alguns acontecimentos interessantes de todo esse percurso: momentos de diversão, pesar, conquistas, namoros… Tudo aquilo que vocês sabem que existe quando conhecemos uma pessoa com esse tanto de tempo pra trás.


Não podiam faltar histórias das nossas viagens de fim de ano: Búzios, Florianópolis, Ilha do Mel… Até Copacabana (essa inesquecível pelo fato de que só foi possível entrar no ônibus às oito da manhã do dia 1.º de janeiro). Entre muito champagne, bacalhau e uvas (daquela simpatia dos 12 pedidos), lembrávamos de todas as promessas que fazíamos para o ano seguinte: vida fitness, mochilão pelo mundo, doar a cabeleira, parar de beber… Enfim, foi um encontro e tanto com aquela amiga tão querida.

Voltando pra casa, me peguei pensando: “e por que não conseguíamos sobreviver àqueles propósitos nem mesmo até o meio do ano (alguns até mesmo no carnaval já estavam sepultados)?”

Muitas vezes estamos aí vagando entre muitas ideias e promessas que gostaríamos de realizar, porém, a rotina do dia a dia, ou algum outro projeto que vai de encontro com àquele inicial, acaba  nos desmotivando e começamos a colocar desculpas para não seguir nossos planos (aquele churrasquinho de final de semana, aquela festa open bar, aquele novo namoradinho que ama minhas lindas mechas…), sim ou não?

Minha reflexão desse dia e que continuo agora com vocês é: quão importante é ter claro nosso propósito de vida! Aquele norte que nos motiva a acordar todas as manhãs e que dá sentido e direção às nossas ações!

Napoleon Hill, um dos escritores mais vendidos dos últimos anos, com best sellers como "Pense e enriqueça" e "Mais esperto que o diabo", diz que “todos que se tornam autodeterminados em suas vidas irão infalivelmente encontrar o sucesso” e reforça ainda sobre a importância de se ter um "objetivo principal definido" como uma das suas principais "16 leis para alcançar o sucesso".

Entre os grandes escritores, não é somente Hill que disserta sobre o tema. Victor Frankl é outro escritor (psicólogo, psiquiatra e filósofo) que sobreviveu a um dos campos de concentração mais letais durante o Holocausto, o de Auschwitz. Frankl é autor do famoso livro “Em busca de sentido”, onde relata o quão importante é encontrar esse sentido como o grande fator que torna possível o homem sobreviver a situações difíceis.

 

Agora que nos aproximamos novamente ao Réveillon, temos novamente uma oportunidade de refazer alguns propósitos e eu quero convidá-los (a mim também, na verdade) a refletir sobre qual é esse meu grande propósito de vida que dá sentido a todos os demais? Quais são as crenças mais profundas que guardo que podem afetar a minha busca por realizá-lo? Quais são os meus cinco principais valores que definem minhas grandes decisões, pessoas e ambientes que frequento?

 

Com isso claro, ou pelo menos um rascunho a ser profundamente analisado, eu poderei começar a traçar os planos para o ano de 2022, que diferentes daqueles juvenis que foram motivo da resenha com essa querida amiga em meu último passeio pelo shopping, terão seu devido valor quando vierem aqueles momentos de conflito com novos projetos ou algo que possa ser um entrave para continuar meu caminho de realização pessoal

Boa "sorte" para nós e um excelente ano de 2022 a todos.

Talita Alves - Trainer e Especialista em Efetividade e Gestão do Tempo.
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Ganhando tempo com Mensagens Padrão no Outlook

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Não sei se você já sabe disso, mas o Microsoft Outlook é uma ferramenta muito poderosa para a nossa produtividade! Embora a maioria use apenas as funções básicas dele, como receber, enviar, responder e-mails e organiza-los em pastas, há uma infinidade de recursos que farão você ganhar MUITO tempo.

E um destes recursos será ensina em poucos passos, é só descer nesta página que já encontrará o vídeo.

Quer ver um exemplo?

A grande maioria de nós sempre têm aqueles textos padronizados que ora e outra precisamos enviar. Pode ser, por exemplo, aquele e-mail de instrução que envia para orientar sobre algum processo ou, talvez, a mensagem do status atual de algum serviço que você cuida… enfim, todos nós temos algum e-mail que precisa ser replicado com certa frequência.

E o que normalmente fazemos para resolver esse problema? Bom, aí a criatividade vai longe! Alguns deixam uma cópia salva na caixa de entrada, outros o salvam em um bloco de notas e tem até aqueles que já decoram o texto e o reescrevem toda vez que precisam.

Mesmo que já gaste pouquíssimo tempo indo até o email padrão e fazendo um cópia dele, saiba que tem um jeito ainda mais fácil e rápido de executar essa tarefa: é a ferramenta de Partes Rápidas do Microsoft Outlook.

Assista o vídeo curtinho que o Nelson preparou para te ajudar a configurar esse potente recurso do Outlook e ganhe ainda mais tempo ao escrever e-mails padrão:

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    Senso de Pertencimento

    Educação Corporativa

    A ideia de pertencer a uma comunidade é tão antiga e óbvia que não nos damos conta da sua importância quando vamos tratar dos assuntos: análise do clima organizacional, melhor convivência e motivação dos colaboradores. Identificar-se e pertencer a um grupo é tão necessário ao ser humano quanto à grande parte dos animais. É por isso que nos unimos em famílias, tribos, torcidas e até gangues. Empresas, governos, partidos políticos e impérios se esfacelam quando o senso de pertinência – o amálgama que une seus participantes – deixa de existir.

    Inseridos no contexto e com noção clara do caminho a ser trilhado, gostamos de contar que estamos ajudando a criar a boa história da empresa para a qual trabalhamos. A isto chamamos desenso de pertinência e é ele que nos dá a percepção de participar de alguma coisa maior do que nós. Identificar-se com problemas, dificuldades e sonhos semelhantes fez nossos antepassados se reunirem em clubes sociais; não tem cidade do Novo Mundo, formada por imigrantes, que não tenha o seu clube português, italiano, alemão, polonês ou japonês. Alguns viraram até clubes de futebol. Os gaúchos são bons nisso: a nostalgia dos pampas criou os GTGs – Centro de Tradições Gaúchas – existentes até na Amazônia e no Japão.

    Recomendo às empresas que em vez de aplicarem em seus colaboradores doses cavalares de campanhas motivacionais façam esforços inteligentes, sutis e constantes para despertar neles o velho e bom senso de pertinência.

    Troque campanhas de motivação por senso de pertencimento

    Seja trabalhando em um hospital, na construção de uma estrada, torcendo por um time de futebol, estudando em uma faculdade ou participando de um programa de governo, gostamos de dizer que fazemos parte do projeto e compartilhamos com orgulho desse momento em que a história está sendo construída. Historiadores dizem que os cidadãos romanos de qualquer classe – até os escravos – tinham orgulho de pertencer a Roma, mesmo antes da cidade ser a capital do Império. 

    Cria-se senso de pertencimento contando histórias e mostrando o significado de cada trabalho

    O senso de pertinência nasce no desenrolar da história que está sendo construída. Por isso, uma das habilidades do bom líder é saber contá-las. As narrativas devem indicar os rumos, as dificuldades encontradas e suas soluções, as estratégias e os benefícios – tangíveis e intangíveis. Só assim as metas serão entendidas e incorporadas pelo grupo.

    Cuidado – há perigo na esquina

    A população de um país, estado ou cidade, ao sentir a falta de lideranças autênticas e de bons projetos estruturais, inicia um lento e progressivo sentimento de não identificação com a causa – circunstância que levará à deterioração do tecido social e criará uma situação de “salve-se quem puder”.

    É o que tem acontecido já há algum tempo com o nosso país: caímos numa anomia profunda, criou-se uma pasmaceira geral que, somada à rapinagem oficial e política descontrolada, obriga compatriotas a buscar outros países e abandonar o senso pátrio – só sentindo-se pertencer ao Brasil em época de Copa do Mundo. Isolados do conjunto maior e sem rumo, nos abrigamos nos grupos sociais da internet. No mundo virtual pelo menos podemos ser aceitos e nos manifestar. Deste período da história não gostaria de participar. Ele não me desafia, só me envergonha.

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      Comece bem, avance rápido!

      Educação Corporativa

      Antes de implantar qualquer projeto, atente para que ele comece bem. É melhor gastar mais tempo planejando e refletindo a respeito do que irá fazer, do que começar errado e precisar de acertos e improvisações no meio do caminho. Já vi empresas montarem estruturas comerciais apressadas para depois amargar a transferência de boa parte do faturamento conquistado para parceiros que não mereciam porque o sistema não foi suficientemente bem trabalhado.

       A pressa em lançar produtos ou serviços, sem o devido preparo, deve ser contida – o excesso de entusiasmo é péssimo conselheiro. A ânsia de alguns departamentos, principalmente dos comerciais, em aproveitar as datas promocionais para lançamentos com justificativas do tipo “não podemos perder o Natal/o verão/a safra…”, faz pular etapas importantes do processo. Queimar a largada compromete o futuro do negócio. “A hora é a hora, antes da hora não é a hora, depois da hora também não é a hora”, diz um ditado militar. 

      Conheci um marceneiro que antes de fazer qualquer trabalho reunia todas as ferramentas, peças e acessórios de que precisaria para montar um móvel. Estudava minúcias como o comprimento, a espessura e até o modelo do passo dos parafusos. Verificava se as ferramentas, formões e serrotes estavam bem afiados, buscava as chaves de fenda certas e as ferragens necessárias. Reunia tudo em cima de uma lona e só então começava a trabalhar. Um apresto demorado e irritante para quem observava de fora, mas extremamente necessário para seu estilo de trabalho. Até hoje não encontrei ninguém tão competente, rápido e caprichoso quanto ele.

      Essa maneira “à la brasileira” de fazer negócios – planejar pouco, arrumar-se no meio do caminho e ganhar dinheiro rápido – nasceu há muito tempo, quando nossos antepassados, aventureiros, vinham para cá fazer fortuna com a intenção de voltar correndo para a Europa. Deu certo para alguns, errado para muitos.

      Herdamos um modo de trabalhar que nos torna afoitos e deixa de lado qualquer tipo de planejamento. Soma-se a esse modo de ser o longo tempo de convivência com inflações galopantes, quando planejar, mesmo que fosse para os próximos três meses, já era muito, mais a eterna mocidade do nosso povo e a abundância de meios de sobrevivência, para termos como resultado a falta de necessidade em planejar – seguimos o preceito bíblico: basta a cada dia o seu mal.

      Os tempos mudaram e, além de minucioso planejamento, temos de começar o trabalho de maneira correta, pois já não se permitem erros como antigamente. A concorrência está extremamente acirrada, os meios de comunicação são em tempo real e as pessoas não têm mais paciência para esperar. A correção de rumo é cansativa, cara, e às vezes até impossível. Por isso, cuide para não errar no início, faça planos detalhados, perca tempo analisando todas as possibilidades e cuide para que os sistemas funcionem a contento.

      Os guerreiros vitoriosos vencem primeiro, só depois é que vão à luta. Está na hora de aposentar a velha dística cabocla: “É no andar da carroça que as abóboras se acomodam.”

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        Você errou… Parabéns!

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        Empresas apregoam aos seus funcionários que evitem erros e dão ordens quase sempre ameaçadoras: antes de agir, eles devem analisar com extremo critério todas as possibilidades e relacionar cuidadosamente os prós e os contras; devem investigar todas as alternativas, sendo reflexivos e ponderados, sem se esquecer de usar o caríssimo e complexo software de análise estatística, pois a qualquer deslize o bicho papão da demissão os pegará. Ora, ao cercear as possibilidades de erro, a empresa não inovará nem fará com que suas equipes sejam criativas – a maior exigência do mundo atual – e criará um bando de carneirinhos adeptos ao “Yes, Sir!”. Funcionários podem ser criativos em casa, na rua, com os amigos e com seus hobbies, mas ao bater o cartão ponto deixam de sê-lo. A ordem não se pode errar é a mesma de não se pode ousar, criar e inovar. Quem não está disposto a arriscar não vai ser criativo e inovador nunca.

                 Este contexto é contraditório, pois ao mesmo tempo em que se prega a necessidade da inovação solicita-se o extremo cuidado na tomada de decisões. É por isso que temos tanta gente com muita capacidade para dizer “não” e pouquíssima com capacidade para dizer “sim”. Hoje, as decisões, quando acontecem, são repartidas em comitês porque ninguém tem a coragem de se arriscar. Com isso emperram-se os processos, perde-se tempo e as oportunidades irão bater à porta da concorrência. Gente criativa não fica em empresa castradora; se ficar será tão infeliz que não vai ajudar em nada.

                 Dirigentes precisam entender que produtos campeões nasceram muitas vezes de erros históricos e que foi preciso errar muitas vezes para se chegar a uma solução satisfatória. Não estou fazendo apologia as falhas grosseiras, chulas, advindas da falta de atenção ou do relaxo, estas devem ser punidas. Erros oriundos de iniciativas de se fazer melhor devem ser incentivados. 

         Não aprendemos com os erros, mas com a correção deles.

        Se cometemos um erro que custou 10 reais e não aprendemos, pagamos caro; mas se cometemos um erro que custou mil reais e aprendemos, pagamos barato. Nesta paráfrase de uma afirmação do filósofo Shopenhauer, entendemos que não é exatamente com os erros que aprendemos, mas sim com a correção desses erros. 

                 Ao iniciarmos um novo projeto não devemos ter medo de errar; aliás, devemos sim errar bastante – e quanto mais cedo errarmos, melhor. Se não deu certo, não tem importância: o aprendizado nos ajudará a recomeçar os projetos já com a expertise incorporada. Se ao longo de um processo não erramos em nada, com certeza é sinal de que também não inovamos. Processos, sistemas e projetos precisam ser corrigidos sempre. Warren Buffett, um dos homens mais ricos do mundo disse: “Se a cada dez tentativas errarmos quatro, isto não é errar.”

         O medo de arriscar inibi a criatividade e a inovação

        O receio de se arriscar, hábito que aprisiona e inibe a criatividade, tem a ver com o julgamento e a culpa, frutos de uma busca de perfeição desnecessária, pois nem sempre os trabalhos empresariais precisam ser perfeitos. Sendo menos rigorosos com o nosso desempenho enfrentamos melhor os desafios e compreendemos que uma bola na trave vale mais do que uma para fora. Bolas na trave indicam que estamos muito perto do ideal e que não podemos nos acomodar. O repartir das tentativas e das correções motiva a todos e os mobiliza na busca do rumo correto. 

        Zonas de conforto induzem ao medo de errar e à imobilidade. Por outro lado, não é bom ficar preso aos erros do passado e em lamentações sem fim. Tal atitude só piora a situação. Um dos truques para se livrar dessa culpa é rememorar o erro (pela última vez) criando uma história fictícia, é claro, mas com final feliz para a situação e repeti-la algumas vezes. O erro e a culpa irão embora da nossa mente e estaremos preparados para cometer novos erros e, com certeza, com a capacidade criativa liberada. Ao nos livrarmos do medo dos erros, um novo e brilhante caminho em nossa carreira será aberto.  

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          Conheça sua Medida

          Certa vez o escritor José Saramago deu o seguinte depoimento: “Um dia percebi que deveria ficar atento aos meus limites e esses marcariam uma linha a qual eu não deveria ultrapassar. Seria como saber o alcance das minhas competências. Resolvi, então, ficar dentro delas e, curiosamente, foi a partir dessa resolução que o meu mundo se expandiu. Saber o tamanho das minhas pretensões deixou-me livre para escrever com mais facilidade”.

          Estar ciente dos nossos limites, competências e pretensões é sinal de sabedoria. Muitos se esforçam tanto para ser o que não são que se esgotam em ações vazias e resultados pífios. Saber até onde podemos ir nos dá serenidade de espírito, tranquilidade para trabalhar e um caminhar menos estressante. Resultado: o mundo se abre para nós e os limites naturalmente se expandem. É um paradoxo, mas é assim que funciona.

          Ao adotar tal atitude, em vez de diminuir o espaço das nossas ações, aumentamos, porque seremos senhores dos nossos pontos fortes e fracos e saberemos o que é adequado fazer ou não. Agindo assim, cometemos menos erros.

          A constante auto-observação sobre o próprio modo de agir nos fará entender melhor nossas qualificações, nos dirá até aonde poderemos chegar com naturalidade e nos manterá fora de complicações, pois não iremos nos meter a fazer aquilo para o qual não estamos preparados. O velho ditado: “O sapateiro não deve ir além das botas” nos aconselha a não nos meter a dar palpites ou tentar fazer o que não sabemos. Se a nossa competência em futebol é para ser um perna de pau não dá para querer ser um Neymar.

          Os jovens cunharam uma frase para qualificar aquele que não sabe direito o seu lugar: “o sem noção” – indivíduo pretensioso que quer ser ou parecer mais do que é. Outro dia, conversando com um amigo sobre o tema “ambição”, ele, especialista na área do empreendedorismo, me saiu com essa: “Tem gente que é pretensiosa demais, pensa em conquistar o mundo e não tem competência nem para dar conta do seu bairro.” Para esses o conselho do Saramago: atente-se aos seus limites e vá adquirindo competência e habilidades para alçar, aos poucos, voos mais altos. Isso vai dar confiança e evitará quedas bruscas.

          Jovens executivos, recém-saídos da faculdade, já querem cargos de diretoria. Nada contra a pretensão – faz parte da natureza humana – mas para desempenhar bem um cargo elevado, de comando e liderança, são necessárias altas doses de maturidade e experiência. Ícaro, ao escapar do labirinto do Minotauro com asas feitas de penas de pássaros e coladas com cera de abelha, foi pretensioso demais. Desobedeceu ao pai, Dédalo, e voou em direção ao sol. Caiu porque a ambição desmedida mata.

          Prestar atenção ao modo como agimos e definir a medida de cada competência e habilidade nos diferentes tempos das nossas vidas é um exercício constante de autoconhecimento, concentração e humildade. Ao tomarmos uma decisão importante, devemos pensar se realmente estamos aptos a arcar com a empreitada e quais os resultados finais dessas ações. 

          O conselho vale também para melhorar nossas relações interpessoais, pois estar ciente do modo de agir dos outros – parceiros ou concorrentes – facilita a maneira de lidar com eles e nos livra de dissabores, muitas vezes camuflados em falsas intenções.

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          A Arte de Fazer Perguntas

          Meu caminho em direção à verdade consiste em saber fazer as perguntas certas.

          Socrates

          Grandes pensadores também são grandes perguntadores e, movidos pela curiosidade, querem sempre descobrir o porquê das coisas – abstratas ou não. Sócrates foi um mestre perguntador, chegava a irritar os interlocutores quando os encurralava com suas questões, uma após a outra, como um boxeador que leva ao canto do ringue o seu oponente e lhe desfere golpes em cima de golpes, até o nocaute, nesse caso – o surgimento do insight. A história registra que muitos dos seus amigos não gostavam das suas inquisições e tentavam se esquivar porque as perguntas os obrigavam a pensar em profundidade, mas ao final acabavam por concordar com o método, pois a linha de raciocínio imposta pelo filósofo tornava clara as questões mais complicadas. O filósofo dizia não haver uma só pergunta para um problema, mas várias e que era preciso encontrar a pergunta certa para se conseguir o resultado correto.

          Outra filósofa, essa mais contemporânea, Hannah Arendt, ficava horas formulando perguntas a si mesma buscando respostas para suas questões, principalmente as políticas. Ela dizia que conversava consigo mesma em total concentração porque eram nesses diálogos (di-dois; logos-pensamentos) que podia fazer as perguntas mais impossíveis e encontrar as respostas mais assustadoras.

          Não tenha receio em fazer perguntas idiotas e impertinentes

          Não devemos ter receio de fazer perguntas, principalmente as consideradas idiotas e impertinentes, pois são elas as mais preciosas e abrem o caminho para a criatividade. Quando o fluxo criativo, em um trabalho de geração de ideias – brainstorm -, deixa de produzir novos insights, o melhor a fazer é formular estes tipos de perguntas ao grupo. Para quem não está acostumado no início há certo estranhamento, mas a pergunta quando bem colocada irá gerar outras e dessas as melhores soluções. Já as perguntas impertinentes, dessas que ninguém quer fazer, cria-se de início, um choque no interlocutor e o obriga a pensar sobre aquilo que não quer. Para que não te considerem idiota ou impertinente ao formular tais perguntas, diga antes: vou fazer uma pergunta idiota ou impertinente e a partir daí, deixe o fluxo rolar.

          Estimule as crianças a serem curiosas e perguntadores

          São as perguntas que deflagram o processo do aprendizado e estimulam a investigação, por isso, nas escolas, principalmente no ensino básico e fundamental, é importante estimular o espírito da curiosidade nas crianças. Elas já são perguntadoras e curiosas por natureza, cabe aos mestres e aos pais estimular cada vez mais esta característica. Um famoso escritor contou que sempre que chegava da escola seu pai lhe perguntava se havia feito boas perguntas nas aulas e não dado boas respostas. Foi isso que criou nele o espírito investigativo, muito útil na sua profissão de escrever. Algumas perguntas nunca terão respostas: de onde vim, qual o sentido da vida, o que havia antes no universo… e, a famosa “to be, or not to be, that’s the question” – sem resposta desde que o príncipe da Dinamarca a formulou e imortalizou na peça Hamlet.

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          Não perca o momento certo

          Assim como no teatro, também no mundo empresarial, é preciso ter timing

          Há uma hora mágica chamada hora da sedução, deixada passar o encanto e o fascínio se desfazem e com eles o interesse daquele que seria seduzido. Existe a boa hora para tudo: a de agir, de apresentar ideias, trabalhos, falas, solicitações e discursos. Bons sedutores sabem a hora exata de atuar, seja no fechamento de uma venda, na concretização de um negócio, num pedido de aumento/promoção ou pedir alguém em casamento.

          É preciso estar atento a este momento mágico, brevíssimo, quando a oportunidade se apresenta – o instante fugaz capaz de mudar o destino de nossas vidas. Bons articuladores usam da astúcia para tecer estes momentos, isto é, vão construindo passo-a-passo a melhor hora para seus propósitos – conduzem as circunstâncias a seu favor. A este tempo de urdidura, de montagem dos momentos propícios e de preparação para a ação final podemos chamar de cronos. E ao tempo em que tudo muda podemos chamar de kairós em linguagem moderna – o momento da virada ou turning point.

          Senso de timing – qual a hora certa de entrar ou sair de cena?

          Há no teatro o senso de timing. Isto é, saber o momento exato de entrar, falar, ficar quieto e sair de cena. Precisamos aprender a desenvolver este atributo para uso em nossa vida real. Políticos experientes sabem a hora certa de falar com seus eleitores, escolhendo com critério a ocasião propícia para apresentar ideias, brigar com oponentes, gerar fatos, aparecer ou sumir do noticiário. Quer alguém com maior poder de senso de timing do que Leonel Brizola? Sua carreira foi uma sequência de aparições corretas e desaparecimentos misteriosos. Nos seus bons tempos, quando lhe era conveniente, aparecia e provocava barulho instigando tudo e a todos. Impunha sua presença soltando frases de efeito e voltava a sumir quando percebia que isso se fazia necessário e conveniente. Sabia evitar o desgaste, o excesso de exposição e não se queimava na mídia.

          E no futebol – qual é a hora certa?

          Grandes craques possuem senso acuradíssimo de saber a hora certa de fazer o passe, roubar a bola do oponente e finalizar gols. Domingos da Guia, graças à sua misteriosa capacidade em se materializar de uma hora para outra e roubar a bola dos pés do adversário, foi considerado o melhor zagueiro do nosso futebol. Sobre a sua arte de roubar as bolas, dizia, brincando: se chego antes, é cedo; se chego depois, é tarde; só tem uma hora para chegar e roubar a bola, a hora certa.

          Saiba tirar proveito das circunstâncias

          Atentos às situações favoráveis, poderemos tirar melhores proveitos das circunstâncias. A hora é a hora, antes da hora não é a hora, depois da hora já não é mais a hora. Com esse ditado, os militares alertam existir o momento certo para tomar decisões. Saber agir na hora certa é privilégio de poucos. Estamos tão imersos na ansiedade do “tudo para ontem” que perdemos a noção de um dos maiores presentes que a natureza nos oferece: perceber a hora correta da maturação, pois uma fruta colhida antes do ponto é imprópria e depois apodrece e cai.

          O tempo e as oportunidades não esperam por ninguém

          Visionários que se apresentaram antes do tempo pagaram alto preço pelo pioneirismo. Se isto foi necessário ou não é outra história, mas milhares de artistas, inventores, empresários, pesquisadores, políticos e estadistas propuseram suas ideias e iniciaram sua obra bem antes do momento certo. Incompreendidos nas suas épocas deixaram legados para outros que se apropriaram dos seus trabalhos, dando-lhes sequência, acertando e ficando com as regalias, os bônus e as glórias merecidas pelo antecessor. Por isso é preciso atenção: estamos na nossa hora, no nosso tempo e no nosso lugar?

          É sensato saber se comportar de acordo com a ocasião e as circunstâncias. A arte de argumentar deve ser realizada no momento certo, pois o tempo e as oportunidades não esperam ninguém.

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          Qual a Origem de uma boa ideia?

          Nenhum trabalho de marketing ou comunicação bem feito e perene pode ser elaborado sem que antes seja precedido do levantamento inicial de um bom conceito – a ideia principal – que deve ser muito bem pensada e exaustivamente trabalhada. Na maioria das vezes, os profissionais encarregados deste trabalho, pela pressão do tempo, desconhecimento do método, falta de costume ou preguiça, começam o trabalho pelo fim. Seguem a via do mais fácil, do mais óbvio, o que às vezes dá a impressão inicial de ser a mais certa. Para muitos, uma frase interessante, de efeito, parece ser o caminho de uma boa comunicação. Mas na maior parte do tempo, ela é apenas uma frase de efeito. Pode até ser inserida numa peça publicitária, mas não é a comunicação principal. Faça um teste: peça a um redator, hábil em produzir tais tipos de frases, para que ele vá mais fundo, que descreva com detalhes o trabalho, que explique o porquê daquilo que escreveu. Na maioria das vezes ele não vai conseguir detalhar um parágrafo.

          Como a maior parte das pessoas que solicitam e aprovam campanhas e planos de marketing e comunicação não conseguem compreender o que é uma boa comunicação, acabam comprando gato por lebre. É por isso que você vê tanta coisa inconsistente por aí. Arremedos e promessas de boas campanhas. Comunicação feita pela metade, porque na hora de elaborar o planejamento faltou ir mais a fundo em busca do conceito principal. Faltou trabalho, tempo e cabeças pensantes.

          Não canso de admirar o trabalho do escritor Ernest Hemingway. Diziam que quando ele queria escrever e não estava inspirado, preenchia laudas e mais laudas até chegar a um ponto central. Quando percebia que tinha batido no veio principal, jogava tudo fora e começava o trabalho de novo, a partir daquele ponto. No marketing, como na comunicação, é a mesma coisa: é preciso ir a fundo, pesquisar, andar atrás do ponto principal, buscar o conceito, o miolo da ideia. Depois de atingir o conceito principal é que você vai começar a construir a urdidura da comunicação, pois a partir daí é que as coisas começam a ficar mais fáceis e simples. Assim, você vai poder criar mecanismos para pegar o seu consumidor pelo coração e pela emoção. É a montagem daquela mágica que faz a comunicação ser percebida pelo caminho do subjetivo e do subentendido. Pois a comunicação não entra apenas pelos olhos e ouvidos. Ela entra muito mais fácil através da pele, da intuição da percepção e do inexplicável. A boa comunicação quase sempre percorre o caminho do coração.

          bolinhas de papel gastas no processo de pensar em inúmeras formas de chegar à essência do problema que se busca resolver.

          Os clássicos estão cheios de histórias para comprovar. Veja os exemplos dos grandes filmes de Elia Kazan ou Kurossawa. Quando queriam contar suas histórias passavam meses montando os conceitos. E sempre trilhavam pelos caminhos mais difíceis e recorriam aos clássicos para lhes dar suporte. E de tanto garimpar nos clássicos, acabaram criando outros, com personalidades próprias, que por sua vez inspiraram outros tantos. “Os Setes Samurais” de Kurossawa, nasceu da fonte Sheakespeare, “Rei Lear”, que por sua vez inspirou John Huston em “Sete Homens e um Destino”. Mitos como James Dean falavam por meio da arte de Steinbeck e Elia Kazan. Expunham o que estava dormitando no inconsciente da população da época. Mas antes de surgir um grande trabalho, um bom conceito foi exaustivamente elaborado. Quem estuda a história do cinema sabe disto.

          Qualquer obra de perenidade nasce de um conceito firme, bem garimpado e urdido: as linhas suaves e modernas de Oscar Niemayer, a força da cor da terra brasileira de Portinari, a vida se apresentando difícil e seca em Graciliano Ramos. O traço elegante e desalinhado de Picasso e a luz dos impressionistas.

          Para os inovadores, o mais difícil é explicar a pretensão da inovação. Os bons conceitos raramente são bem percebidos no nascedouro. E os primeiros inimigos das novas ideias estão em nossas próprias casas, pois eles ainda não entendem o que você quer dizer, não conseguem perceber o valor da novidade, porque o pensar dói e dá trabalho. Por esta razão, os inovadores são tão combatidos. É mais difícil vender a ideia do novo conceito do que achar o próprio conceito.

          Para ser um garimpeiro de ideias, você precisa aprender a andar devagar, sem muita pressa, mas andar sempre. Precisa aprender a arte da reflexão. Ser hábil na busca da informação, saber perceber os sentimentos da massa. Observar o movimento e a montagem das ondas. Montar um conceito é um trabalho de lento preparo e maturação. Mas depois de tanto trabalhar, a ideia vai aparecer límpida e cristalina à sua frente. O “click” acontece e, como disse Isaac Newton, um homem que levantou um grande conceito, o da gravidade, “as grandes ideias sempre encontram os homens que as procuram”.

          Time trabalhando duro em uma boa ideia, pois não há "sacadas de gênio" ao acaso.

          Daí para frente é trabalhar duro, levar o conceito para lapidação, para o refinamento, porque o conceito nunca vem pronto. Você vai ter que prepará-lo, montá-lo e o brilho vai aparecer no contar da história. Se ele for bom mesmo, vai sobreviver e deixar a sua marca, seu rastro na história da comunicação da empresa que o apresenta. E uma coisa sempre vai ligar a outra: o conceito ao produto, ao serviço, à comercialização e à distribuição. Estes vão se cristalizar no marketing e ser alinhavados na comunicação.

          Como na maioria das vezes os comunicadores (agências) ganham pela percentagem da veiculação, fica difícil e ingênuo acreditar que eles vão ganhar – perder- tempo em ficar elaborando sofisticados conceitos de comunicação. Por isso é que a primeira ideia, a mais bonitinha, é a que vai para o ar ou para as páginas dos jornais e revistas. Encontrar um bom conceito é o que vai fazer a diferença entre uma campanha bem comportada e uma supercampanha. De um plano de marketing criativo e inovador a um plano insosso e sem vida.

          Talvez seja isto que você esteja cansado de pedir ao seu pessoal de marketing ou à sua agência. Coloque-os para trabalhar duro, é para isso que você os paga. Em marketing poderemos contestar Thomas Edison, o inventor da lâmpada: temos que ter 100% de transpiração e 100% de inspiração.

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          É no cafezinho que a comunicação acontece!

          A Suécia é o segundo país que mais consome café no mundo. Nas empresas suecas há o costume de se parar o trabalho, em qualquer setor, a cada duas horas, para se tomar um cafezinho e discutir o andamento das coisas. Tal hábito cria um ambiente descontraído para que os funcionários possam – entre si – expor e compartilhar ideias. Tirar dúvidas e informar o que estão fazendo. Não é à toa que a Suécia é também um dos países mais inovadores do mundo. A criatividade floresce em ambientes descontraídos.

          Os momentos informais da pausa, quer em uma cozinha adaptada, quer em uma cafeteria sofisticada, servem exatamente para isto: trocar ideias, conversar, comunicar – repartir com os outros aquilo que sabemos. Empresas precisam enxergar estes locais e momentos como “ferramentas da comunicação interna” e não um lugar para se perder tempo e se afastar do trabalho.

          Wilbert L. Gore, fundador da Gore-Tex – considerada em 2011 a empresa mais inovadora dos Estados Unidos -, tem a frase: “A verdadeira comunicação na empresa, acontece na hora do cafezinho, ou na carona para casa”, fechou coro com outro apologista da comunicação tête-à-tête: Mike Bloomberg; dono da agência de notícias econômicas de mesmo nome e ex-prefeito de Nova Iorque. Os escritórios da Bloomberg são organizados de modo que todos os funcionários possam entrar, sair e circular por cada ambiente de trabalho passando por um único ponto central, uma espécie de hall – um roteador de pessoas. Com isto, visam estimular a integração e facilitar a comunicação entre seus colaboradores. A Bloomberg também foi uma das pioneiras em instalar quiosques e cafeterias com sanduíches, snacks e café grátis, para todos os funcionários, em qualquer horário.

          Com certeza é mais barato e eficiente manter esta estrutura e deixar o pessoal conversar à vontade do que algumas custosas e incertas campanhas de comunicação interna. O diálogo ainda é a melhor forma de os seres humanos repartirem conhecimento e trocar informações. Nada substituiu uma conversa em particular, pois quando estamos despreocupados ficamos mais abertos e espontâneos, falamos com mais desenvoltura e a comunicação flui com mais facilidade.

          As mensagens que emitimos pessoalmente são percebidas simultaneamente por todos os sentidos, inclusive pelo sexto sentido – a intuição, pois o tom de voz, a postura e maneiras de se colocar os pensamentos são mais bem percebidas por quem dialoga conosco. 

          Algumas empresas já perceberam os benefícios do sistema “hora do café” e estão adotando-o. Porém, é bom fazê-lo com certo cuidado. É preciso avisar aos funcionários o porquê se está institucionalizando a prática. “É para se trocar ideias, conversar e promover a comunicação da empresa, não para se ficar comentando os resultados do futebol, as últimas da novela ou ficar encostado num canto procurando as redes sociais. Deixar a turma muito à vontade poderá ser contraproducente e a boa oportunidade da comunicação poderá virar uma central de fofocas geradoras de assuntos para a rádio peão. Como qualquer atividade da endocomunicação, é preciso monitorá-la, corrigir os rumos e medir os resultados de tempos em tempos. Lembre-se: os resultados serão sempre cumulativos, por isso paciência.